Uma especialista da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta quinta-feira que até o início de setembro devem estar disponíveis as primeiras doses de uma vacina contra a gripe suína, a influenza A H1N1.
A diretora da Iniciativa da OMS para a Pesquisa de Vacinas, Marie-Paule Kieny, ressaltou, porém, que o tempo necessário para levar a imunização a todos os países dependerá de licenciamento local e da eficiência de cada tratamento.
"Certamente haverá vacinas disponíveis em setembro. Então a questão não é se haverá uma vacina para a gripe H1N1 - haverá. A questão é quantas doses haverá", afirmou Kieny, em entrevista à BBC Brasil.
Segundo a OMS, existem no mundo em torno de 20 fabricantes autorizados a produzir a vacina da gripe sazonal, que estariam um passo à frente na fabricação de vacinas para a gripe suína.
Cerca de 70% da produção se concentra na América do Norte e Europa, mas também há capacidade em países de outras regiões, como Austrália, China e Japão.
Kieny disse que testes clínicos começarão a ser realizados na Austrália já no dia 22 de julho, com os primeiros resultados saindo pouco depois e o licenciamento ocorrendo em setembro.
Na Europa o avanço na pesquisa se dá a passos semelhantes, assim como nos Estados Unidos, onde vacinas contra a gripe sazonal não requerem testes clínicos e as empresas são autorizadas a produzir o medicamento com base em uma "mudança de variante" do vírus influenza, ela afirmou.
O Instituto Butantan, em São Paulo, é hoje o único local na América Latina onde se fabrica a vacina da gripe sazonal. Com a inauguração, até novembro, de uma nova fábrica com capacidade de produção de 1 milhão de doses, a instituição poderia destinar parte de sua capacidade para atender à demanda por imunização contra o vírus.
"O Brasil tem capacidade de produção no médio prazo, porque já tem instalações de produção de vacinas contra gripe. Se decidirem que vão produzir vacina contra o H1N1, podem fazê-lo dentro de algum tempo", disse Marie-Paule Kieny.
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