sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Biólogo brasileiro "cura" célula autista com droga experimental

Em estudo publicado nesta sexta-feira, o brasileiro Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia em San Diego, descreve como "curou" um punhado de células defeituosas com uma droga experimental.

Ao recriar neurônios a partir de células retiradas da pele de crianças com uma síndrome de autismo genética, Muotri identificou características da doença independentes do sintoma comportamental, observando as células vivas em microscópios.
"Isso sugere que a técnica tem um potencial de diagnóstico", diz. "É a primeira descrição de um modelo humano que recapitula uma doença psiquiátrica." 
O biólogo é cauteloso, porém, quando questionado sobre se seu trabalho é a descoberta de um tratamento para o autismo. A droga usada no experimento, a IGF-1, altera os níveis de insulina no organismo, e pode levar a uma série de efeitos colaterais indesejados caso seja administrada no sistema nervoso de pessoas normais. 
Mesmo que a descoberta de um medicamento adequado possa levar décadas, Muotri se diz otimista. Ele está elaborando testes com uma série de outras drogas em um sistema robótico de experimentação, como o que empresas farmacêuticas usam.

"Não acho que uma droga conseguiria consertar tudo, no caso de alguém que tenha desenvolvido um problema de cognição e memória mais profundo. Mas mostramos que é possível reverter o estado desses neurônios em grande medida." As descobertas ganharam a capa da prestigiosa revista "Cell". 






Fonte: Folha.com

4 comentários:

  1. Essa pesquisa revela dados realmente animadores, porém é necessária muita cautela quando a área de interesse são os distúrbios neuronais que prejudicam a interação social (como é o caso do autismo).
    A divulgação de maneira irresponsável pode criar a ilusão de que haverá uma cura em pouco tempo, ou mesmo que ela certamente será descoberta. Família e amigos daqueles que possuem o distúrbio merecem que esse assunto seja tratado com calma e cuidado pois o dia-a-dia da doença é muito desgastante.
    O artigo aborda de maneira clara e positiva a descoberta. É uma pena que nem todos os veículos de informação assim o façam.
    É muito bom ver um brasileiro por trás de algo tão novo e positivo para a ciência. A única pena é que o trabalho foi desenvolvido nos EUA, e não no Brasil. Mas jé é um bom começo, não?

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  2. Um otimo começo sim! O importante é não pensarmos que devemos parar e esperar que o outro faça...

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  3. Tudo tem um começo, pode ser q uma droga nao seja capaz de mudar tudo, mas em cima dela, várias outras serao desenvolvidas e a soluçao pode ser alcançada! Ainda mais na area da psquiatria, que ainda tem origens tao obscuras..qq descoberta acrescenta!!!

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